Pedro Zuazo | Extra
As ameaças que pairam sobre a ciclovia Tim Maia vão muito além de fortes ressacas. Segundo o engenheiro Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de riscos, o material metálico presente em toda a extensão do guarda-corpo pode transformar a ciclovia num grande para-raios em caso de tempestade. E não é só: exposto de forma permanente à maresia, o metal está fadado a enferrujar. Isso, sem falar nos erros estruturais da construção. A convite do EXTRA, o engenheiro visitou nesta quarta-feira o local onde, há uma semana, desabou um trecho da ciclovia, e listou os sete erros do projeto.
— Durante as obras, eu via aquela estrutura leve e me perguntava qual era o segredo para não ter a mesma robustez de outras construções feitas em encostas. O bacana dessa ciclovia era exatamente a sensação de perigo. Colocar o ciclista em situação de aparente risco, mas absolutamente seguro. Hoje, vejo que o projeto foi ingênuo — afirma Portela.
O pai de todos os erros, na opinião do especialista, foi a falta de um relatório de análise de risco. Se o estudo tivesse sido feito, ainda na fase do projeto básico, muitos perigos iminentes teriam sido evitados. Um dos riscos ao qual a construção está exposta, explica o especialista, é a exposição a descargas elétricas.
— A estrutura do guarda-corpos é de metal, que é um bom condutor de energia. Se um raio cair no Leblon, a descarga elétrica pode percorrer toda a estrutura até São Conrado. Quem estiver em cima de uma bicicleta, em qualquer ponto do trajeto, pode estar em perigo — alerta ele (veja os sete erros abaixo).
Praticante de ciclismo, o engenheiro, que não teve a oportunidade de pedalar na ciclovia Tim Maia, faz questão de uma ressalva: a estética é um ponto positivo do projeto.
— Talvez uma ciclovia certa num lugar errado. Se fosse num parque ou sobre um pequeno riacho, quem sabe na Quinta da Boa Vista, poderia ser muito interessante. Além disso, a ideia de ter uma ciclovia ali é boa, embora tenham esquecido as consequências do local. Também houve uma preocupação em fixas as telas, transpassando cabos de aço resistentes, mas que podem ficar comprometidos por causa da ferrugem — diz.
Os sete erros da ciclovia:
Às cegas: O projeto não contou com um relatório de análise de risco, que poderia prever perigos e propor possíveis soluções.
Aberta 24h: Faltou um plano operacional, que restringisse o acesso em caso de ressaca ou temporal.
À deriva: A passarela não foi ancorada aos pilares em trechos cruciais.
Para-raios: O metal dos guarda-corpos expõe a estrutura a descargas elétricas naturais.
Ferrugem: Há riscos de corrosão nos guarda-corpos e nas telas.
Telas: Em estado de corrosão, as telas podem não suportar o impacto de bicicletas.
Acidentes: Muretas mais altas nas curvas da Niemeyer podem evitar que ônibus tombem na ciclovia.
As ameaças que pairam sobre a ciclovia Tim Maia vão muito além de fortes ressacas. Segundo o engenheiro Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de riscos, o material metálico presente em toda a extensão do guarda-corpo pode transformar a ciclovia num grande para-raios em caso de tempestade. E não é só: exposto de forma permanente à maresia, o metal está fadado a enferrujar. Isso, sem falar nos erros estruturais da construção. A convite do EXTRA, o engenheiro visitou nesta quarta-feira o local onde, há uma semana, desabou um trecho da ciclovia, e listou os sete erros do projeto.
Falta de análise de risco foi o maior erro Foto: Roberto Moreyra |
— Durante as obras, eu via aquela estrutura leve e me perguntava qual era o segredo para não ter a mesma robustez de outras construções feitas em encostas. O bacana dessa ciclovia era exatamente a sensação de perigo. Colocar o ciclista em situação de aparente risco, mas absolutamente seguro. Hoje, vejo que o projeto foi ingênuo — afirma Portela.
O pai de todos os erros, na opinião do especialista, foi a falta de um relatório de análise de risco. Se o estudo tivesse sido feito, ainda na fase do projeto básico, muitos perigos iminentes teriam sido evitados. Um dos riscos ao qual a construção está exposta, explica o especialista, é a exposição a descargas elétricas.
— A estrutura do guarda-corpos é de metal, que é um bom condutor de energia. Se um raio cair no Leblon, a descarga elétrica pode percorrer toda a estrutura até São Conrado. Quem estiver em cima de uma bicicleta, em qualquer ponto do trajeto, pode estar em perigo — alerta ele (veja os sete erros abaixo).
Praticante de ciclismo, o engenheiro, que não teve a oportunidade de pedalar na ciclovia Tim Maia, faz questão de uma ressalva: a estética é um ponto positivo do projeto.
— Talvez uma ciclovia certa num lugar errado. Se fosse num parque ou sobre um pequeno riacho, quem sabe na Quinta da Boa Vista, poderia ser muito interessante. Além disso, a ideia de ter uma ciclovia ali é boa, embora tenham esquecido as consequências do local. Também houve uma preocupação em fixas as telas, transpassando cabos de aço resistentes, mas que podem ficar comprometidos por causa da ferrugem — diz.
Os sete erros da ciclovia:
Às cegas: O projeto não contou com um relatório de análise de risco, que poderia prever perigos e propor possíveis soluções.
Aberta 24h: Faltou um plano operacional, que restringisse o acesso em caso de ressaca ou temporal.
À deriva: A passarela não foi ancorada aos pilares em trechos cruciais.
Para-raios: O metal dos guarda-corpos expõe a estrutura a descargas elétricas naturais.
Ferrugem: Há riscos de corrosão nos guarda-corpos e nas telas.
Telas: Em estado de corrosão, as telas podem não suportar o impacto de bicicletas.
Acidentes: Muretas mais altas nas curvas da Niemeyer podem evitar que ônibus tombem na ciclovia.
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